Resenha: Sodom – Epitome Of Torture


   

   Ao lado do Kreator e do Destruction, a banda moldou o thrash com uma pegada mais violenta do que o surgido nos Estados Unidos, com influências de Black metal. Ao contrário dos conterrâneos, o Sodom nunca tentou experimentar e fugir bastante da fórmula a que a que se propôs desde o início. E com uma discografia bastante consistente, nunca lançou um “Endorama” ou “The Least Sucessful Human Cannonball”. Na ativa desde 1981, os veteranos do thrash germânico lançam esse mês seu mais novo álbum, “Epitome Of Torture”, pela gravadora Steamhammer.
   O novo trabalho inicia com “My Final Bullet”, intensa faixa que começa com um dedilhado, e logo evolui para uma levada contagiante, em que o baixo comanda e consegue deixar a cozinha bem consistente. Thrash sem frescuras, mostrando que os cinquentões ainda conseguem fazer um som bastante violento. Seguindo com “S.O.D.O.M.”, faixa onde o vocal é mais cadenciado que a faixa anterior, e apesar de simples, traz a sonoridade peculiar da banda.
   “Epitome Of Torture”, faixa que dá nome ao álbum, segue a fórmula da faixa anterior, só que ao decorrer da música, percebemos uma caída na agressividade, principalmente na segunda metade, onde a faixa é em sua maior parte bem cadenciada. “Stigmatized” é sensacional, sem dúvidas uma das melhores do álbum, temos uma faixa com um peso descomunal que faz-nos relembrar os primeiros trabalhos do Sodom. Com um pouco menos de 3 minutos, a faixa traz tudo que uma boa faixa de thrash precisa: rapidez e agressividade. Destaque para a alternância para um vocal gutural que lembra bandas como Benediction, uma ótima sacada do Angelripper.  Continuando com “Cannibal”, faixa cadenciada e que possue um refrão muito bem feito e melódico: “Shreds of skin, a sea pulsing mud, alive a new by your raging death. I’m the god of blood for all to see, a cannibal of lust – that’s me!”.

   Logo depois temos a minha faixa preferida do trabalho: “Shoot today, kill tomorrow”. Matadora, insana, adjetive como quiser, mas a prova que a banda ainda está com todo gás é apresentada nessa faixa. Conseguindo ser ainda mais instigante que “Stigmatized”, o que ouvimos é um Sodom totalmente inspirado, e essa faixa com certeza agradará qualquer fã de thrash metal, mesmo os mais puristas. Um som nolstágico e que nem parece ter sido feito em pleno 2013, e sim no período mais fértil do estilo. “Invocating The Demons” é uma faixa bem melódica, e mostra o lado que atualmente é bem explorado pelas bandas veteranas. Com uma ótima alternância entre passagens rápidas e extasiantes, para passagens mais calmas, a construção da música é bem interessante, destaque para a guitarra de “Bernemann”, que com um riff não tão comum para o thrash, leva a música com grande maestria, principalmente em seu solo, onde não existe aquela chuva de notas, e em vez do shred guitar, optou pela simplicidade, e de certa maneira nos propiciou uma faixa bem diversa de todo material.
   “Katjuschka”, grande faixa que tem como tema a grande canção russa de mesmo nome, que ficou bastante famosa na segunda guerra mundial, e também deu nome ao famoso lançador de foguetes usado pelo Exército Vermelho. Nota-se a exposição sonora do tema logo na parte introdutória da música, e quanto ao conteúdo lírico, temos o refrão bastante pegajoso:  “Katjuscha look at her face, Katjuscha and you’ll find out, Katjuscha clawing at the eyes of god.
   “Into The Skies Of War” sinceramente eu achei uma faixa que deixou bastante a desejar, apostando novamente num thrash mais melódico (aos moldes do que fez no último trabalho, o “In War And Pieces”), só que sem muito êxito ao que se propõe. Fechando o álbum ainda temos “Tracing The Victim”, outra faixa bastante melódica e que também não considero um dos pontos altos do álbum.
   Cheguei a conclusão que o trabalho consegue obter consistência, é totalmente recomendado para admiradores de thrash, seja old school, ou seguindo uma linha mais melódica, o trabalho tem uma versatilidade muito bem inserida entre as suas faixas.  Na execução, a cozinha do álbum me impressionou, achei o trabalho do Angelripper genial no baixo, e a bateria me soou muito melhor que no trabalho anterior, o que mostra que o novo membro, Markus Freiwald, não deixou a desejar. Bernemann, como sempre, mostrou o porque de estar há 16 anos na banda, sabendo explorar bem seu trabalho como único guitarrista, alternando riffs enérgicos com frases mais melódicas.  Quanto aos pontos negativos, acredito que o Sodom realmente não consegue êxito quando tenta compor faixas tão melódicas como “Trace the Victim”. O que nos conforta, é que num som porrada eles sabem o que fazem, essa é a praia que eles devem continuar, e deixar a vibe melódica para o Kreator. Enfim, um ótimo trabalho que com certeza merece a audição. Em meio a estagnação do Thrash Metal, o Sodom ainda consegue ser autêntico e nos propiciar um belo material.
   A banda tem datas agendadas para o Brasil, e o público de 6 cidades poderão conferir a apresentação do grupo. Quem sabe eles não mandam um som novo pra galera? Vamos torcer para isso, porque o novo material não deixa a desejar.
Segue as datas:
14/04 – São Paulo
16/04 – Rio de Janeiro
17/04 – Belém
19/04 – Salvador
20/04 – Recife  
21/04 – Belo Horizonte

Eu não vou deixar de prestigiar a banda, e recomendo que você faça o mesmo.

Informações técnicas

Tracklist:

1.           My Final Bullet
2.           S.O.D.O.M.
3.           Epitome of Torture
4.           Stigmatized
5.           Cannibal
6.           Shoot Today Kill Tomorrow
7.           Invocating The Demons
8.           Katjuschka
9.           Into The Skies of War
10.         Tracing the Victim

Membros:
Bernemann                            Guitarra
Tom Angelripper                   Baixo, Vocal
Markus Freiwald                   Bateria


Data de Lançamento: 26 de abril de 2013

Avaliação: 8,0
Prós:

  •          Cozinha perfeita durante todo o álbum. Destaque para o baixo de Tom Angelripper.

  •          Algumas faixas agressivas lembram o período clássico da banda.


Contras:

  •          A banda definitivamente não tem êxito quando tenta fazer canções tão melódicas quanto “Trace the Victim”.

Links: 
Homepage: http://sodomized.info/
Facebook: http://www.facebook.com/sodomized
Twitter: http://twitter.com/sodomized




Por: Eduardo Santos

Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário

 
Designed by