Como
esperado, mais uma vez o Festival Abril Pro Rock conseguiu mostrar porque já se
consolidou há muito tempo, principalmente na
segunda noite do festival, que contou com cerca de 7500 pagantes para
presenciar a destruição sonora que aconteceu no Chevrolet Hall naquele dia
(26/04).
Por volta de 18:20hrs, a primeira banda a se
apresentar foi a pernambucana Dune Hill, que mesmo com o som calcado no Hard
Rock, conseguiu se destacar e fazer uma ótima apresentação numa noite em que o
Metal e o Hardcore são predominantes. Músicas como "Miracles", de seu
recém-lançado primeiro álbum (White Sand), e a empolgante "Big Bang",
conseguiram prender a atenção dos que ali já estavam presentes, os quais não
correspondiam sequer a um terço do público total. Depois do clima festivo da
promissora banda pernambucana, tivemos o início da apresentação do Monster
Coyote, banda de Mossoró-RN, que apesar de desconhecida pelo público recifense,
agradou os presentes com seu som exótico calcado no Sludge e Stoner Metal, totalmente influenciado por
grandes nomes como Mastodon e Baroness. Importante salientar que foi louvável a
escolha de uma banda desse gênero para o festival, visto que o mesmo ainda é
pouco difundido no país, e com isso realmente esperamos que o Abril Pro Rock
continue abrindo portas para o não-convencional.
(Um público grande nesta edição do evento)
Logo após, tivemos a primeira
banda a agradar os bangers mais extremos que ali se encontravam, a mineira
Krow, que desfilou riffs matadores, abrindo as primeiras rodas de pogo
realmente relevantes. A influência do
grupo mineiro se baseia nas vertentes extremas, principalmente na tradicional
Escola Sueca do Death Metal, no som sujo do Crust, e claro, na influente Cena
Extrema de sua terra natal. Logo depois
subiu ao palco o Desalma, grupo recifense
que já tinha se apresentado no festival em 2011. Apesar do
"repeteco", dessa vez a apresentação foi completamente diferente, e
teve a participação do grupo de Côco Bongar, aliando o aparato percussivo e
tribal ao som extremo. A mistura foi interessantíssima e valeu pela ousadia.
Os próximos a se apresentarem
foram os malucos do Conquest For Death, que apresentam um Hardcore contagiante,
cheio de grooves. Nesse momento as rodas começaram a se formar a cada música, e
as ótimas energia e presença de palco dos músicos foram facilmente transmitidas
ao público. Emendando o mesmo clima sonoro, uma das bandas mais esperadas da
noite, a lenda do Punk brasileiro Olho Seco, adentrou o palco, e fez um setlist
com clássicas músicas conhecidas por todo fã do estilo que se preze. "Vida
Violenta", "Eu não sei!", e "Isto é Olho Seco", foram
algumas das que levaram ao delírio todos os presentes, inclusive nessa última o
refrão foi cantado por todos, em uma cena muito bonita.
Continuando com o festival,
tivemos o show do grupo Mukeka Di Rato, bastante conhecido por fazer um
Hardcore com letras sarcásticas e humorísticas, e por se mostrar bem
irreverente, em todos os aspectos. Assim como no show do Olho Seco, o mosh era
constante, e as pessoas começavam a fazer o crowd surfing.
Depois de mais de duas horas
seguidas de Hardcore e Punk, a vibe do ambiente se diversifica para o Metal
Melódico, com a entrada de um dos grandes nomes do gênero no Brasil, o Hibria,
que com seu Heavy/Power Metal fez uma apresentação inédita no Estado, apresentando
músicas de toda a sua carreira e agradando bastante os fãs da vertente. A banda em questão já é bastante reconhecida,
e seus músicos - incluindo o exímio vocalista Iuri Sanson - são lembrados por
apresentarem muita destreza na execução das músicas.
(O Hibria mostrando seu power metal)
Seguindo, os próximos a se
apresentarem foram os veteranos do Chakal, banda mineira que é um dos
principais nomes do Thrash Metal no país. Apesar de muitas das pessoas
aparentarem cansaço, a energia da banda fez com que todos correspondessem à
altura e, no final, ainda rolou um cover de "Evil Dead", da banda
Death. Para quem estava os esperando, foi um show para ficar na memória. Ainda no clima do Thrash Metal, os próximos a
pisarem no palco do Chevrolet Hall foram os norte-americanos da banda Havok,
que faziam sua primeira turnê no Brasil. Apesar de ser uma banda relativamente
nova, é considerada um expoente muito forte do movimento revival do estilo.
Nesse momento a casa já estava cheia, e as rodas ficaram bem maiores ao som de
músicas extremamente instigantes, como "Covering Fire", "Give Me
Liberty Or Give Me Death", e "D.O.A." Com certeza uma das
melhores apresentações da noite.
(Os americanos do HAVOK mostrando seu Thrash Metal old school)
O penúltimo nome a se apresentar
foi o Kataklysm, banda canadense de Death Metal que une a brutalidade à veia
melódica. Um dos principais atributos do grupo é a execução bastante técnica e
a bateria matadora e intrincada, que estava sendo comandada pelo novo membro
Olivier Beaudoin com maestria.
"Push The Venom", "Fire", "Elevate" e as
clássicas "In Shadows & Dust" e "Crippled and Broken"
(que inclusive contou com um wall of death) foram alguns dos sons tocados na
apresentação.
(O público não parecia nada desanimado como foi constatado em uma resenha)
Enfim, o tão aguardado headliner
entra em cena, Obituary, o mito do Death Metal, um dos mais importantes nomes
do gênero. O grupo comandado pelos irmãos Tardy foi ovacionado, e seu setlist,
baseado nos clássicos três primeiros álbuns: "Slowly We Rot", de
1989; "Cause Of Death", de 1990; e "The End Complete", de
1992. O delírio era explícito na face dos presentes, muitos com mais de 35 anos
de idade, que pareciam crianças ao ver o grupo destruir tudo. Hinos como
"Intoxicated", "Chopped In Half", "Body Bag",
"Turned Inside Out" e "I'm In Pain" consagraram a mais
esperada apresentação da noite. A banda ainda tocou uma música do vindouro
álbum - que será lançado em maio -, e quando o show parecia estar acabando,
ainda voltaram pra fechar com "Slowly We Rot". Um fato interessante é
que o gutural peculiar de John Tardy parece intacto mesmo passados cerca de 25
anos. Com certeza esse show ficará na memória como um dos melhores de toda a
história do festival.
(Obituary destruindo tudo no APR 2014)
Sobre o aspecto da produção: era incrível
como, após o final de cada show, o próximo começava rapidamente (dentro de no
máximo dois minutos) no palco ao lado, sem fazer com que o público esperasse. A
única crítica fica sobre a questão do palco esquerdo, que muitos reclamaram do
que soava como uma má equalização sonora, prejudicando algumas das bandas. Isso
ficou bem notório no show da Krow, por exemplo. Mas no geral, a produção do
festival está de parabéns por ter proporcionado mais uma vez tamanho espetáculo
para o público do Nordeste. Concluindo, esperamos que o Festival Abril Pro Rock
cresça e tenha vida longa.
Ficamos então aguardando a edição de 2015 que seja tão triunfante quanto essa.
Resenha por Eduardo Santos
Fotos por Italo Supertramps
Fotos por Italo Supertramps
Achei que o blog tinha morrido. Na verdade, está morto e ninguém quer confirmar. Vergonha um blog que só publica quando tem algum grande evento. Passa metade do ano parado e o cara ainda fica pagando de 'imprensa' com um crachá que ele mesmo fez. Vergonha alheia total. Imprensa faz notícia, corre atrás dela, a mostra para o seu público o tempo todo, não o deixa desinformado.
ResponderExcluirBora Neeeeeeeen! :D
ExcluirDale Nen mô pirraia
ExcluirNão fui eu.
Excluiré infelizmente o blog tá bem parado mesmo eu queria só reutilizar ele após fazer um novo layout, é dificil fazer um site sozinho mas eu tento e acho que tento bem, atualmente venho focando mais em vídeos e fotos do show e na página - https://www.facebook.com/Brigadametalblogspotcom
ResponderExcluirSe você espera que eu sozinho faça um serviço super profissional sem apoio financeiro de ninguem é melhor voltar pro mundo real anônimo.