Thyresis é uma banda brasileira de death metal melódico formada em 2006 na cidade de João Pessoa, Paraíba. A banda é atualmente composta por Victor Hugo Targino no baixo e vocais, Eduardo Borsero (também no Soturnus) e Danilo Rufino nas guitarras e Demetrius Pedrosa (também no Metacrose) na bateria. Em 2011 lançaram seu debut, auto-intitulado, mixado pelo vocalista e baixista Victor Targino, e masterizado pelo renomado Jens Bogren, que tem em seu currículo bandas como Kreator, Symphony X, Enslaved, Opeth, e Amon Amarth.
A equipe do Brigada Metal entrevistou o baixista e vocalista Hugo Victor Targino, confira a seguir:
1 - Pra começar gostaríamos de saber, como foi formada a Thyresis?
Eu, meu irmão (Andrei Targino, atualmente guitarrista do Soturnus), Danilo (Rufino, guitarra) e nosso então primeiro vocalista Josué (de Queirós, vocal) nos juntamos em 2006 com a intenção de compor death metal melódico e eventualmente virarmos uma banda completa. Em um ano mudamos um pouco a formação e nos estabilizamos com Demetrius Pedrosa (Metacrose) como baterista, que está conosco até hoje. Desde então funcionamos como um quarteto, atualmente comigo no baixo e voz, Danilo e Eduardo Borsero (Soturnus) nas guitarras, além de Demetrius.
2 - Percebemos que o trabalho de vocês tem diversas influências de diversos estilos. Quais as principais influências de cada membro?
Não sou uma pessoa muito presa a estilos. De heavy metal eu ouço de tudo, desde heavy tradicional e power metal, até death e prog metal, então posso dizer que tudo isso me influenciou e ainda influencia na hora de compor. Minhas bandas favoritas de metal são até meio contraditórias, pois ao mesmo tempo que adoro Metallica, sou fanático por Blind Guardian, Cannibal Corpse é a minha favorita de death metal, e Pain of Salvation é a banda do coração! Saindo dos estilos mais pesados, sou vidrado em rock progressivo (tipo Emerson, Lake & Palmer, Pink Floyd, Gentle Giant, Yes, etc) e adoro folk e country.
Danilo é o que mais possui influência de heavy e power de todos; são dois estilos que ele sempre ouviu e muito dessa sonoridade que o Thyresis possui vem das idéias e composições dele. Coisas com Iron Maiden, Iced Earth, Helloween, etc, são referências recorrentes.
Da parte de Eduardo, posso dizer que ele é bem eclético. Gosta de coisas muito pesadas como Cannibal Corpse, Amon Amarth e Kataklysm, ao mesmo tempo que ouve muita coisa que não é metal (como Ignite, por exemplo), e possui a cabeça bem aberta com relação a isso.
Demetrius é a força esmagadora do grupo. (risos) Ele gosta de energia, rapidez, peso, coisas empolgantes; é um entusiasta do death metal e da pancadaria. Mas também tem seus lados mais diversos, pois é fã de carteirinha de bandas como Orphaned Land, Blind Guardian, Jimi Hendrix, King Diamond, Metallica, dentre outras.
Podemos dizer que o Thyresis é uma banda bem abrangente, e pretendemos explorar isso cada vez mais nos próximos trabalhos.
3 - Como foi o processo de gravação do debut, e como foi ter o álbum masterizado pelo Jens Bogren?
Foi meio vagaroso. Começamos a gravar numa época em que estávamos sem um segundo guitarrista, funcionando apenas como um trio, e eu estava cursando faculdade em outra cidade. Então gravávamos no tempo que tínhamos livre e acabou demorando bastante. Foi uma experiência que nos ensinou a sermos mais organizados com as tarefas e a nos comunicar melhor.
Ter o álbum masterizado por Jens foi fantástico! Ele conseguiu elevar nosso som a um nível que sozinhos não teríamos conseguido. Após comparar a mix que eu tinha feito com a versão final pós-masterização que ele entregou vi que ele cuidou bem daquilo que estava a desejar.
4 - Vocês acham que a maioria dos headbangers ainda tem certa resistência a sons que fogem do old school? Se sim, como vocês vêem esse fato?
Depende do meio. Existem os headbangers que estão mais envolvidos com a cena e o estilo de vida old school, e eles gostam do que gostam, não costumam misturar muito as coisas. Por outro lado, uma cena paralela de bandas novas e estilos mais modernos está tomando cada vez mais força e espaço. Acho que cada um ouve o que quer sem ser obrigado, e todo mundo tem seu lugar e seu grupo. Mas obviamente, o respeito deve vir de ambas as partes e nenhum lado deve desmerecer o outro.
5 - Como vocês analisam a cena atual paraibana e a cena no Brasil em geral? Vocês acham que hoje é o melhor momento para qualquer banda começar, visto as eficazes ferramentas de divulgação? Ou o fácil acesso a materiais de diversas bandas acaba causando certa desatenção e desvalorização do underground?
A cena paraibana está evoluindo. As bandas estão cada vez mais profissionais e habilidosas e estão buscando com mais avidez seu lugar ao sol. Os lançamentos estão com mais qualidade as bandas estão se apresentando cada vez mais fora do estado, o que denota o interesse dos grupos em avançar para além daqui.
Apesar disso, não acho que estejamos na época mais propícia para se ter uma banda. Hoje em dia existem bandas demais, e está cada vez mais difícil sobressair. Gravar um trabalho de qualidade se tornou mais fácil e acessível, filmar um clipe minimamente decente também.
Acho que a solução é a busca de sonoridades cada vez mais inusitadas, se quisermos evitar que desapareçamos no meio de um mar de bandas padronizadas, pois com tanto grupo fazendo a mesma coisa, quem vai se dar ao trabalho de ir atrás de “mais uma “?
6 - Porque a inserção de trechos de discursos de Charles Manson ao longo do álbum?
Isso não foi algo planejado desde o início. Certo dia estava de bobeira no YouTube e bati o olho nas entrevistas dele. Fiquei meio espantado ao assistir, pois o que ele estava falando fazia extremo sentido e era de uma sensatez assustadora. Resolvi incluir o conteúdo no disco mais pela ironia, não por admiração à pessoa dele; pois não existe ironia maior do que um dito serial killer dizer coisas mais racionais sobre o modo como nosso mundo está funcionando do que um suposto político/homem-de-bem.
7 - Já que vocês são rotulados como Death Melódico, nunca pensaram em colocar um tecladista na banda? [risos]
Sim, já pensamos! (risos) No comecinho, quando tínhamos poucas músicas feitas, consideramos a ideia de complementar nossa sonoridade com teclados, mas isso acabou sendo deixado de lado. Hoje em dia eu até penso a respeito, mas sou um pouco mais receoso quanto ao que usar; sou fanático por sons antigos de teclado, como os órgãos Hammond, os pianos elétricos Fender Rhodes, sintetizadores analógicos e coisas do tipo. Se formos eventualmente explorar sonoridades de teclado em nossas composições, provavelmente será algo mais nessa linha, não esses teclados de brinquedo que tem muita gente usando por aí. (risos)
8 - O que podemos esperar da Thyresis? Vocês já tiveram novas ideias ou já começaram a compor alguma coisa nova?
As composições de nosso primeiro álbum todas datam de 2006 e 2007. Desde então compusemos muita coisa que ficou guardada e deixada de lado para lançamentos futuros. Pretendemos ainda em 2013 “revirar o baú” e filtrar as melhores ideias, compor coisas novas e explorar ao máximo o que essa formação pode fazer junta. Adianto logo que vai fugir muito do death melódico que as pessoas estão acostumadas, pois faz muito tempo que não estamos mais nessa vibe. Queremos buscar sonoridades novas, timbres diferentes, combinar influências mais diversas; em resumo, tentar inovar e sair do barco da mesmice.
9 - Para finalizar, agradecemos a banda, desejamos todo sucesso, e gostaríamos que vocês deixassem uma mensagem para os fãs.
Nós que agradecemos pela oportunidade e pelas ótimas perguntas; é sempre um prazer! Aos que acompanham nosso trabalho, gostaríamos de agradecer o apoio e interesse; espero que nossos próximos trabalhos possam agradar a todos e que tenhamos mais oportunidades de nos apresentarmos ao vivo! Nos vemos na estrada!
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Confira também a resenha do debut da banda aqui.
Por: MrEdu