Resenha: Chaosphere – Hell Is Here






   Dessa vez não estou resenhando um lançamento como de costume, e sim um material de 2007, o Hell Is Here, da banda pernambucana Chaosphere, que recentemente anunciou sua volta, depois de ter encerrado suas atividades em 2008. Na época, o antigo membro da banda Antônio Araújo saiu para a banda paulista Korzus, decretando o fim das atividades do Chaosphere.

Antes de acabar, a banda nos deixou um material de extrema qualidade, o qual resenho agora. Então, sem mais delongas, vamos lá:
   Logo de cara, temos “Welcome To The World”, e nos deparamos com uma introdução, ao mesclado som de uma guerra, barulhos de vários disparos de tiros, aliado a um choro de um bebê. Em poucos segundos já temos um lick de guitarra, anunciando o que tem por vir, uma faixa com guitarras cadenciadas, mas cheias de agressividade. No pré-refrão o andamento da música fica mais rápido, e, logo depois, no refrão, percebemos outra mudança, e a banda passa do peso ao melódico. Esse refrão por sinal é um dos melhores do álbum, e também extremamente viciante. Apesar da banda ser Heavy/Thrash, o som não é nada clichê, e não lembra o som característico dos anos 80. Uma característica interessante, que percebemos ao longo do álbum, é que o Chaosphere alterna extremos, tendo momentos de peso e momentos melódicos, muitas vezes na mesma faixa.

   A próxima faixa é “The Infantry”, que começa com uma levada de baixo que realmente marca a faixa, impossível escutá-la e o groove do baixo não ficar “grudado” na mente. Também temos guitarras cadenciadas, mas que rapidamente leva a faixa para um Thrash Metal puro, lembrando muito a banda Testament. Antes do refrão, temos a marcante passagem: “Shoot, torture, kill, die for nothing”. Na parte final da faixa, temos uma passagem que incita todos a abrir uma roda de pogo. Uma das melhores faixas do álbum, sem sombra de dúvidas.

   Em “Legions Of The Last Brave”, continuamos com a característica mais notável da banda, que é a mudança frequente de ritmo. Aqui também temos outro refrão melódico e pegajoso.
   Em “March Of Time”, a predominância é a melodia, e essa faixa bem que poderia virar uma balada, mas, como estamos falando do Chaosphere, duas características não deixa que isso aconteça: 1)a cozinha que exacerba seu peso numa faixa melódica. 2) As passagens Thrash, colocadas entre os duetos vocais de Antônio e André, que, por sinal, são deveras cativantes.
   Logo em seguida temos “Hunters”, e, sinceramente, a faixa não possue tantos atrativos, exceto no refrão, onde ouvimos um dos momentos mais melódicos do disco. A próxima faixa é “The Black Gate”, e o que realmente chama a atenção, é o tema abordado na faixa, que trata sobre a cultura egípcia, reencarnação e misticismo.

   Continuando a audição, ouvimos o som de batidas cardíacas e uma bela introdução, que traz um clima de muito suspense para a faixa. Se o ouvinte for atento, percebe que lá pelos 50 segundos as guitarras fazem uma base que, se completando, lembram a clássica intro Black Sabbath, o chamado do demônio. E realmente é o que encontramos: uma faixa caótica, cheia de energia, com um instrumental destruidor, e novamente um refrão grudento: “Two sides, the same mind, the dark and the light, side by side”. Essa é “Side By Side”, talvez a melhor faixa do álbum, e que já pode ser considerada um clássico do metal pernambucano.

   Na parte final do álbum, temos “Circle Of Fools”, uma faixa com vários breaks, e que deixa  nítido as influências mais contemporâneas que a banda agregou em seu som.  Ainda temos “Sunrise, Sunset”, instrumental que se define por uma bela combinação de baixo e teclado, e ainda com elementos de música oriental no final. Não se sabe qual foi a inspiração ou motivação que levou a criação dessa faixa, porém, isso não tira o fato dela ser linda, e passar um feeling muito grande ao ouvinte.  O teclado da faixa ficou por conta do convidado João Nogueira. Quando se acha que acabou o material, ainda temos “The Empire Of Lost Souls”, faixa que possue uma pitada de prog e outra de folk/viking metal (sim, folk/viking, eu não estou louco), ao longo dos seus mais de 9 minutos. Essa faixa é a mais versátil da banda, e mostra a união de estilos, de uma forma mais que inteligente. Resumindo, o que temos aqui é uma faixa épica, a melhor letra do álbum, e a mais rica em composição de todo o material.
   O saldo que o álbum deixa, é muito positivo, um dos melhores álbuns de metal feitos em Pernambuco, e, chego a dizer até, do Brasil. O álbum foi produzido e mixado com o renomado produtor brasileiro Heros Trench. O país precisa de mais trabalhos com esse nível de criatividade e profissionalismo.
    Esquerda para direita: Lucas Reis (Guitarra e Backing Vocal) André Lyra (Vocal e Guitarra) Arthur Felipe Lira (Bateria) Leonardo Cabral (Baixo e Backing Vocal)
   
   Recentemente, a banda anunciou sua volta aos palcos, como foi citado anteriormente, e esse retorno está marcado para dia 21/12/12, o suposto dia do fim do mundo. A banda estará se apresentando no Chaosfest, em Recife, ao lado das bandas Dune Hill(PE), Face Of Dreams(PE), Dreamon(PE), Cangaço(PE), Terra Prima(PE) e Shadowside(SP). O lugar escolhido foi o Bar Burburinho, e a produção é por conta da Furia Music, Alive Studio & Produções e Brigada Metal.
    
O line atual da banda é formado por:
 André Lyra - Vocal e Guitarra 
 Lucas Reis - Guitarra e Backing Vocal
 Arthur Felipe Lira - Bateria
 Leonardo Cabral - Baixo eBacking Vocal
  
Mais informações sobre o show podem ser encontradas nesse link:
https://www.facebook.com/events/432034573523383/


Informações técnicas

Tracklist:
1.           Welcome To The World
2.           The Infantry
3.           Legion Of The Last Braves
4.           The March Of Time
5.           Hunters
6.           The Black Gate
7.           Side By Side
8.           Circle Of Fools
9.           Sunrise, Sunset
10.         The Empire Of Lost Souls

Formação do Hell Is Here:
Antônio Araújo                 Vocal, Guitarra
André Lyra                         Baixo, Backing Vocal
Wagner Campos               Bateria
Eduardo Fonseca             Guitarra

Lançamento: O material não chegou a ser lançado fisicamente, e só foi lançado digitalmente no ano de 2008.

Avaliação: 9,1
Prós:

  •           Músicos extremamente criativos conseguiram criar um som único e original em estilos muito saturados (Heavy/Thrash)
  •          Letras muito criativas
  •           Refrãos pegajosos
  •           Mixagem muito boa


Contras:

  •          Apesar de serem bem executadas e terem momentos muito bons, as faixas “Hunters” e “The Black Gate” não mantém o incrível nível do resto do álbum.

Por: Eduardo Santos

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